O que é ESG?
- Luiz Fernando Sgarbi

- 15 de mar. de 2022
- 3 min de leitura
Investir em boas empresas no século XXI é algo que vai além dos múltiplos fundamentalistas, dos lucros e das receitas, das dívidas e dos passivos. Investidores de todo o mundo estão colocando mais fatores na balança ao escolher bons investimentos e uma dessas exigências modernas é a questão das boas práticas de sustentabilidade, sociais e de governança.
Conceitos muito importantes como o que é o ESG ganham mais e mais evidência no mercado. A pandemia do novo coronavírus fez com que as empresas acelerassem a pauta ESG e os especialistas do mercado apontam que as companhias que nisso investem, apresentam mais resiliência durante momentos de crise.
Mas afinal o que é o ESG?

ESG é a sigla em inglês para "environmental, social and governance" (ambiental, social e governança), geralmente usada para medir as práticas ambientais, sociais e de governança de uma empresa.
A letra E (Environmental) se refere às práticas de uma empresa em relação à conservação do meio-ambiente e sua atuação sobre temas como: Aquecimento global e emissão de carbono; Poluição do ar e da água; Biodiversidade; Desmatamento; Eficiência energética; Gestão de resíduos e Escassez de água. A letra S (Social) diz respeito à relação de uma empresa com as pessoas que fazem parte do seu universo. Por exemplo: Satisfação dos clientes; Proteção de dados e privacidade (LGPD); Diversidade da equipe; Engajamento dos funcionários; Relacionamento com a comunidade e Respeito aos direitos humanos e às leis trabalhistas. A letra G (Governance)se refere à administração de uma empresa. Por exemplo: Composição do Conselho; Estrutura do comitê de auditoria; Conduta corporativa; Remuneração dos executivos; Relação com entidades do governo e políticos; e Existência de um canal de denúncias. O ESG pode ser usado para dizer quanto um negócio busca formas de minimizar seus impactos no meio ambiente, construir um mundo mais justo e responsável para as pessoas em seu entorno e manter os melhores processos de administração. Além disso, ESG também pode ser usado para investimentos com critérios de sustentabilidade. Em vez de analisar apenas índices financeiros, por exemplo, investidores também observam fatores ambientais, sociais e de governança de uma companhia. Em outras palavras, negócios que se comprometem com as melhores práticas de gestão acabam tendo uma operação mais sustentável em diversos aspectos, incluindo o econômico e na gestão de riscos e, como consequência, geram resultados melhores ao longo do tempo Com uma iniciativa liderada pela Organização das Nações Unidas em 2005 a sigla surgiu pela primeira vez em um relatório de 2005 intitulado "Who Cares Wins" ("Ganha quem se importa").
Na época, 20 instituições financeiras de 9 países diferentes, incluindo o Brasil se reuniram para desenvolver diretrizes e recomendações sobre como incluir questões ambientais, sociais e de governança na gestão de ativos, serviços de corretagem de títulos e pesquisas relacionadas ao tema. A conclusão do relatório foi que a incorporação desses fatores no mercado financeiro gerava mercados mais sustentáveis e melhores resultados para a sociedade.
Não é de hoje que grandes investidores vêm olhando com cautela as práticas sociais, ambientais e de governança das empresas antes de depositarem dois pontos muito importantes nelas: a confiança e o capital.
Para os investidores, as práticas ESG tomaram ainda mais relevância com a pandemia da COVID-19: 77% dos investidores entrevistados aumentaram seus investimentos em ESG de forma significativa, segundo pesquisa global com investidores institucionais realizada pela MSCI.
Hoje no mercado é possível identificar diferentes formas de se investir em ESG: seja por meio de Fundos de Fundos (FoF) -- que direcionam parte de seu capital a ações sustentáveis, ou por meio de investimentos em renda fixa. Segundo a B3, no final do ano de 2020 havia 14 debêntures e seis Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRAs) -- chegando a cifra de R$ 6 bilhões em investimentos ESG.
Assim como em outras categorias de investimentos, no mundo ESG também existe a possibilidade de se emitir títulos de dívida, os chamados Títulos Temáticos ESG, cujo objetivo é atrair capital para projetos que tenham um real e positivo impacto socioambiental. Esses títulos são dividos de acordo com seus propósitos:
Títulos Verdes (Green Bonds): investimentos relacionados a energia renovável; prevenção e controle de poluição; conservação da biodiversidade etc.;
Títulos Sociais (Social Bonds): direcionado a projetos de geração de empregos, segurança alimentar, infraestrutura básica etc.;
Títulos de Sustentabilidade (Sustainability Bonds): investimento em projetos que combinam ações "green" e "social" -- socioambiental.
Além disso, empresas que têm como objetivo alcançar metas ESG podem emitir Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustainability-Linked-Bonds), desde que tenha essas métricas de sucesso (KPIs) bem definidas. Exemplo:
Atingir 100% de energia elétrica renovável até 2025;
Reduzir em 30% as emissões de Gases do efeito estufa (GEE) até 2040.
Fonte de Pesquisa: Brasilagro e B3.




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